[RP FECHADA] - The best memories

Hoje estava um dia quente, um pouco mais quente que o normal nesta altura do ano, mas o verão estava chegando, então era normal. Brandon, meu filho, estava jogando quadribol com o pai, então aproveitei para vir à sede dos dragões, ver meu dragão de focinho sueco curto. Meu dragão.

Sorri com o pensamento, enquanto acariciava as suas escamas azuis-prateadas, me lembrando de todas as aventuras que já tínhamos tido juntas. Tinha lhe dado o nome de Verena, minha fêmea sapeca e amada. Claro que eu também montava outros dragões, mas ela fora a primeira e era só minha, ninguém mais poderia montar nela. – Você está um pouco desidratada, garota, não tem bebido água? – meio que briguei com ela, passando a mão pelo seu focinho curto.

Verena resfolegou um pouco e eu ri. – Você está impaciente hoje. Logo irei voar com você, prometo! – passei um pano molhado nas suas escamas, molhando e meio que dando um banho nela, apesar de não parar quieta. – Se lembra da primeira vez que voamos juntas? – comentei para ela, enquanto meus pensamentos voavam longe, voltando para os dias de treinamento e de quando a montei pela primeira vez.

Hoje será o primeiro dia em que vou montar um dragão. Já tinha feito a minha escolha, em função de várias testes e experiências. Cada dragão tem a sua personalidade e parece que consegue saber a nossa só através do olhar. Por exemplo, um dragão bruto não aceita um cavaleiro gentil, tem que ser um cavaleiro de punho forte e com personalidade parecida.

O dragão que tinha escolhido, com a ajuda dos domadores, era um dragão da raça focinho-curto sueco, sendo uma fêmea, de tom azul-prateado, um pouco nova comparada com os demais, sendo sapeca e difícil de se domesticar, visto que levava tudo na brincadeira, onde exigiu muito da minha paciência (pior que meu filho Brandon). No entanto, quando meu olhar cruzou com o dela, meu coração bateu mais forte e eu soube que seria ela, ou seja, não poderia desistir até conseguir.

Já estava tudo pronto para a minha estreia, agora era só comigo. Disseram-me que foi um pouco complicado colocar a sela nela, então estava um pouco arisca. Aproximei-me devagar, fazendo ela sentir o meu cheiro e levantei a mão lentamente, até sentir o ar quente da sua respiração tocar na palma da mão, um pouco suada. O dragão fêmea estava a olhar para mim, mas não fez nenhum movimento brusco até então, e eu continuei e coloquei a mão na parte da sua bochecha, sentindo as escamas grossas e os seus sulcos.

Meu coração estava a pulsar tão forte e eu sentia-me tão viva! O dragão olhava de lado, mas não demonstrou desconforto e fui acariciando ela, e até colei um pouco a testa, sentindo o resfolegar. Ela estava ansiosa igual eu e também um pouco curiosa do que aconteceria a seguir.

Movi-me em direcção à sela, sempre mantendo a minha mão sobre as suas escamas, murmurando palavras confortantes e fazendo carinho ao mesmo tempo. Fiquei surpresa com as cores das suas asas em que algumas partes parecia uma teia de veias azuis e prateadas e um pouco sensíveis ao toque, mas bastante quentes.

Quando cheguei à sela, coloquei um dos pés no local próprio e ela se moveu um pouco para a frente, desconfiada, mas mesmo assim consegui montar, dando impulso para cima. O dragão resfolegou de novo e olhou para trás, para mim. Mantivemos o olhar durante alguns segundos, até minutos, e acomodei-me melhor, sentindo debaixo de mim o pulsar do seu coração e os seus músculos fortes. Apoiei uma das mãos nas suas escamas do pescoço, que era um pouco mais azuladas que o restante e senti o calor do dragão, tentando passar confiança. A outra mão estava a ajustar o cinto. – Vamos voar um pouco? – falei para ela, para aqueles olhos inteligentes. – Volant – exclamei em latim, a língua que estava a ser ensinada a ela.

Senti um tremor e os seus músculos ficarem mais rígidos, enquanto ela se preparava para levantar. As asas abriram em toda a sua extensão e a cauda abanou de um lado para o outro. Fechei um pouco os olhos e soltei um gritinho quando senti aquele frio na barriga quando se levanta de uma vassoura potente. E ri bem alto, abrindo os olhos e sentindo o ar ir contra o meu corpo, enquanto ela batia as asas, nos levando cada vez mais alto.

Já se tinha passado muito tempo, mas continuava a ser uma das minhas memórias preferidas. Depois desse dia, sabia que ela seria minha e escolhi um nome. Demorei é verdade, mas precisava de ser um que combinasse com ela. Verena, minha protectora.