A pequena invasora

Data de inscrição : 29/03/2019

Post dedicado a explicar como Amy chegou a família dos Krieger e se tornou filha adotiva de Arbellia, recebendo assim seu sobrenome.
Participação: Arbellia Mikhail e Abraham Wilhelm Krieger.

— Local: Castelo da família Krieger - Área Externa.

— Horário: Aproximadamente 23:10 pm

— Clima: O céu coberto de nuvens acinzentadas, junto a uma ventania forte.

— Temperatura: Por ser a noite e estar ventando, o frio permanecia no local.

RP Fechada.

Data de inscrição : 29/03/2019

Marie e os Comensais da Morte

Uma semana após o falecimento confirmado do casal, Marie teria ido até a casa que estes moravam para buscar roupas para Amy, porém, avistou uma cena que a intrigou. Homens invadiram a casa, e podia ver — de longe — através da janela da sala eles revirando a casa, como se buscassem algo. E por não encontrarem se irritavam mais e mais.

Entre eles um chamava mais atenção devido as suas vestes mais requintadas e o olhar distante, frio, ambicioso. Usava um sobretudo negro com botões na frente, junto a um chapéu levemente antiquado. Possuía madeixas louras que alcançavam até um pouco depois da altura do ombro, em sua canhota segurava uma bengala com seu cabo completamente enfeitado por escamas de dragão, até o topo, onde ficava a cabeça alinhada para o apoio de mão.

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[ Imagem de Mikael ]

———— Andem logo com isso, não tenho tempo, não quero pessoas surgindo aqui e saindo para fofocarem. — O homem ditava, apressando seus subordinados. ———— Eu só estou aqui para ter certeza que vocês não vão ser incompetentes o suficiente para não encontrar um simples anel com uma pedra. Ou somente uma pedra negra.

———— Senhor, já procuramos em todos os cantos, tudo... Não encontramos nada. — Um dos homens se aproximou, acanhado, com medo de seu superior.

———— Onde mais ele deixaria algo assim, seu incompetente?! — Mikael gritou, irritado.

———— Não sei. Talvez ele tenha levado junto na viagem, são todas possibilidades. — O outro tentava amenizar a situação.

———— Eu conhecia Louis, ele não pensava assim, não deixaria algo tão poderoso dentro do próprio bolso. Andando por aí. — Mikael respondeu, pensativo. ———— Mais uma coisa, não encontraram a criança?

———— Também não, senhor. Alguns disseram que ela estava com a amiga de Gynna. — Respondeu.

———— Então encontrem ela, aquela criança deve ter algo. — Mikael pronunciou, saindo de dentro da residência.

———— Mas, senhor, o que uma criança poderia ter? Ela deve estar aprendendo a falar ainda, seria inútil a procurar, não? — Um deles indagou.

———— Não me importo, pode haver alguma abertura por aqui. Laços de sangue são fortes e existem coisas que só podem ser abertas com o sangue de um familiar, e eu vou encontrar essa pedra, nem que eu coloque o mundo dos trouxas de cabeça para baixo! — Mikael findou. ———— Odeio crianças e isso é só mais um motivo.

Marie sabia do segredo da família, sabia que Louis possuía a pedra da ressurreição, e deixar aquilo cair em mãos erradas poderia acarretar em outra guerra. Ninguém de coração bom desejava aquilo, portanto, fugiu com a garota para longe daquele lugar.

Os homens a procuravam, todo mês Marie precisava se mudar. Encontrar uma moradia onde estaria segura, mas acabava sempre tendo que se mudar por não estar protegida com a criança. Fora um ano longo, lidando com algumas perseguições. Tendo que proteger um serzinho tão pequeno e indefeso, e foi aí que percebeu que não tinha o poder de protegê-la.

Era hora da mulher desistir, mas não desejava que as coisas terminassem de maneira ruim para Amy, pois sabia que eles iriam atrás dela por pensar que ainda estaria com a criança.

O infeliz abandono

Obviamente a mulher não podia abandonar a criança a mercê, e após diversas pesquisas encontrou um local que considerou seguro. A família Krieger, extremamente rigorosas com seus membros, sempre almejando que estes sejam os melhores em tudo. A morada? Um castelo.

Marie não tinha mais dúvidas, era lá que, infelizmente, deixaria Amy. Mas era por uma boa causa, era por saber que com o sorrisinho meigo e o grande carinho ela conquistaria o coração de alguém lá e conseguiria um lar. Talvez até mesmo uma família.

E assim o fez.

Em um final de noite, às 23h16, deixou a criança na entrada do local. Amy era curiosa, e por amar flores sabia que a menina iria brincar no jardim. Era uma noite fria, então a deixou enroladinha em cobertores e roupas grossas, fofinhas, que a manteria aquecida até alguém notar sua “invasão”.

———— Amy, olha... A titia vai te deixar aqui, mas não se preocupa, tudo bem? É só por um tempo, você vai gostar daqui, tem várias florzinhas. — Marie pronunciou, se agachando e ajeitando os cabelinhos da garota.

———— Amy... Não entendeu... — A menor pronunciou confusa.

———— Que tal você pegar uma florzinha pra titia, hm? Escolhe a mais bonita que tiver e traz pra mim, tudo bem? — Marie indagou.

E aconteceu como pensou. A menor apenas assentiu e se virou, olhando, com certa dificuldade por estar de noite.

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Amy se encantou com as flores coloridas, e assim correu em meio ao jardim, tocando com tanto cuidado as florzinhas que parecia tocar as coisas mais delicadas do mundo. E para ela era realmente isso.

———— Titia! A Amy pegou essa pra você! — A criança pronunciou animada, segurando uma bela rosa vermelha nas mãos, se virando para buscar Marie, mas… Nada. ———— Titia?

Amy parou, olhando para todos os lados que podia. Caminhou perdida por alguns minutos, ainda segurando a florzinha nas mãos.

———— Titia?! — Gritou, sendo empurrada vez ou outra pelo vento forte e gélido.

Seus cabelinhos louros e cacheados estavam bagunçados devido a ventania, e os lábios secos. Mas seus olhinhos estavam cheios de lágrimas, e quando estas caíam eram secas quase que instantaneamente devido ao vento.

———— Amy… Não gosta de ficar sozinha… — Sussurrou.

Deslizou as costas da mão no próprio rosto, e quando cansou de caminhar apenas se sentou na escadaria que dava para uma porta, ainda esperando que Marie aparecesse.