As férias se tornaram monótonas e logo evoluíram à desgastantes. Em um desses dias ruins, arrastando-me pelos corredores da mansão, sem intenção alguma de causar os fatos que se firmariam a seguir, invadi o quarto de minha prima ao perceber que a mesma parecia estar trocando cartas com alguém. Antes que pudesse pensar, as palavras pularam de minha boca e se tornaram um projétil arremessado ao escuro, buscando acertar seu alvo. Muitas chances de errar, sim. — Asiática, me leve junto. — Haviam vários motivos para que meu pedido fosse recusado, haviam vários motivos para meus subornos não surtirem efeito sobre Aslaug, mas nenhum deles pareceu vir à mente da menina durante meu monólogo.
Muitas verdades não pareciam estar ao meu lado. Tudo que sabia sobre a lufana era que a pequena seguia meus passos sem perceber. A única diferença entre nós, eu nunca fui pego.
...
Já no Nôitibus Andante, a lufana passava mal o nosso lado, a menina do nome diferente e eu, lamentando-se pela escolha de transporte locomotivo. Meu olhar à garota foi necessário para que não houvesse respostas. Finalmente, estávamos à fila do nightclub trouxa. A identidade falsa que fora comprada por minha prima em meus bolsos. Sim, eu tinha minhas próprias, embora não precisasse usar naquele momento. Ganhar mais uma não faria mal algum. Fui o segundo a passar pela entrada. Os trouxas precisavam se divertir um pouquinho de qualquer maneira. — Tem razão, priminha. Vamos aproveitar então.