[RP Atemporal/Fechada] A beautiful rose

O corvino percorria os olhos pelas flores diversas dos jardins de Hogwarts, perdido em pensamentos profundos sob a quente luz solar que lhe cobria por inteiro. Fazia algum tempo que não via Sirena, o que não era nada prazeroso agora que a menina não saía de sua cabeça. A princípio ele tentara livrar-se daqueles pensamentos, mas cada fibra de seu ser continuava a lembrá-lo diariamente do sorriso intoxicante da lufana, dos seus olhos indescritíveis e de sua indiscutível beleza que sempre lhe tomava o ar.

Ao ouvir a doce voz feminina em tom travesso às suas costas, sorriu e suspirou espontaneamente. — Suas investidas estão ficando previsíveis, Sirena. — Riu brevemente, voltando-se para a lufana que sorria encantadoramente. Ele a conhecia há muitos anos, mas apenas recentemente passara a notá-la com maior interesse, vendo-se desejá-la e não sabendo bem como lidar com essa súbita mudança de perspectiva. — Olha, eu acho que nós dois queremos o mesmo, então não importa se eu erro ou acerto. — Semicerrou os olhos aproximando-se da morena enquanto fitava seus hipnóticos olhos azuis com interesse e intensidade. — Pode ser sincera, Sirena, não mentimos um pro outro. Você me quer e eu sei bem disso. — O olhar masculino expressava completa confiança, e mesmo que dissesse a verdade ainda mantinha um tom divertido que dificultava saber se ele brincava ou não.

Em seu íntimo ele podia sentir ao fitá-la que ela lhe retribuía aquele crescente e imersivo desejo, mas sua incerteza o impedia de expor-se diretamente. — Você quer que eu diga ser você a resposta, não é? Mas será que eu amo e não vivo sem mesmo? — Arqueava as sobrancelhas sutilmente, questionando-a em clara provocação. Ele se divertia com o flerte, sempre com o objetivo de deixá-la sem jeito, mesmo que a garota também constantemente lhe causasse certo rubor inesperado ao insinuar-se. Sirena havia se tornado uma mulher realmente linda, mas também tornara-se desejada, o que passara a provocar certo ciúme em Adler que em seu orgulho lutava para não transparecê-lo, embora fosse difícil escapar das íris perceptivas da lufana. — É você, acertei? Posso ter o que eu quiser agora? — Disse perigosamente próximo a ela, fitando-a com apreensão.

Ele riu da brincadeira feminina, terminando com um sorriso gentil ao perceber o olhar doce da lufana. — Anos tendo que te aturar me ajudaram a desenvolver esse sensor de Sirena. A partir de agora serei eu a te surpreender. — O corvino a observava com interesse, falando em tom divertido e tranquilo, não tentando esconder seu estado de felicidade ao vê-la. Sentiu-se incomodado ao ouvir sua fala seguinte, desejando mandar para bem longe aquela ponta de tristeza que tomara sua expressão. — Não seja boba, você também é especial pra mim. E não faz essa cara, você tem o sorriso mais lindo desse mundo, eu quero vê-lo a todo instante nesse rostinho lindo. — Levou à destra ao rosto feminino, acariciando-o gentilmente enquanto atentava-se a todos os seus pequenos detalhes.

Adler a ouvia com atenção, sentindo seu coração acelerar conforme ela avançava em sua fala. — Olha, eu nunca te vi como uma irmã. Como uma amiga, sim, mas já faz um bom tempo que isso mudou. Você sabe disso, não é? Que você significa mais pra mim do que isso. — Ele tocava as mechas castanhas da morena, sentindo-se estranho por revelá-la aquilo, inseguro, mas não deixando nem por um segundo de sentir-se encantado por ela. O rubor tomou seu rosto quando ela dissera que o amava, fazendo seu corpo estremecer e sua respiração tornar-se descompassada, como o ritmo de seu coração. Ela dizia que ele entendia mais das coisas por ser um pouco mais velho, mas a verdade era que ele era incapaz de descrever o quanto ele a amava e desejava. Ele percebera naquele momento que seu sentimento não deveria ser racionalizado, mas sentido em toda a sua extensão, deixando-se guiar por ele sem restringi-lo. — Sabe, eu acho que sou apaixonado por você há anos. — Ele suspirou, olhando para baixo por um breve momento e sorrindo, antes de voltar a encará-la. — Você sempre foi o meu conforto e minha alegria por toda a minha vida. Você acha que eu não morro de ciúmes quando vejo outros alunos te olhando? Eu te quero só pra mim, não como antes, mas como um homem deseja uma mulher. E quero isso porque eu também te amo, Sirena. — Sua mão livre foi de encontro à destra feminina, entrelaçando-se com esta de forma gentil, como se não desejasse separar-se dela nunca mais.

Ouviu-a convidá-lo à sua mansão, sorrindo maliciosamente enquanto notava-a encabular-se. — É claro que aceito ir ao seu castelo, princesa encantada. — Riu, mas logo retornou a um sorriso singelo enquanto mantinha olhos fixos nos dela. — Você foi muito corajosa mesmo, e eu agradeço por ter-me dito tudo isso, porque talvez eu não tivesse a coragem de admitir que sinto o mesmo. — Aproximou seus lábios dos dela, parando a centímetros de sua boca. — Podemos deixar o meu pedido para quando estivermos na sua casa, lá teremos mais liberdade. Mas ao menos posso ganhar um beijo agora? Sempre sonhei em tomar os seus lábios nos meus. — Ele sussurrava em tom grave e perigosa proximidade, sentindo a quente e acelerada respiração feminina entrando em harmoniosa sintonia com a sua.