[Rp Fechada + 18 ] A entrevista.

— Toda a sua trajetória aqui dentro foi observada pelo Tibbie. Quando ele estava prestes a te atender e você simplesmente resolveu destrancar a porta e entrar por conta própria, ele ficou só te olhando.

Fora a primeira frase que Matteo utilizou naquela noite quando seu olhar encontrou o do jornalista. Vestido de forma casual, com roupas que ele usaria em casa mas tomando cuidado com a forma que ele se apresentava; Uma camisa preta simples, com calça moletom e descalço. Certo, possivelmente ele não ligava muito para a aparência, naquele momento. Aquela não era uma entrevista exatamente formal e se necessário, ele poderia apenas fazer o homem ignorar, usando o argumento de que caso não o fizesse, o ministro não ignoraria a invasão de domicílio. Naquele momento, possivelmente ele estivesse o considerando mais um paparazzi do que um homem buscando uma entrevista com o ministro da magia, e ficara realmente surpreso que mesmo na situação de ser descoberto, mantivera-se com uma calma, como se tudo estivesse em seu controle. Mas ele era o Ministro da Magia. Acima de qualquer um, a atuação era um de seus maiores poderes.

— Peço perdão pela demora em aparecer. — Respondeu o pedido de desculpas do homem, encarando o seu sorriso com uma sobrancelha arqueada. Repórteres e jornalistas tinham um jeito estranho de agir perante algumas situações e com certeza faziam as coisas buscando outras. A expressão de Matteo se abriu levemente, impondo um sorriso no canto direito de seu rosto. — É realmente difícil que essa casa esteja vazia, então acho que você teve uma grande sorte, Sr. Romeo. Ignorarei o que fez, por agora... — O sorriso se alargou enquanto ele falava, utilizando da sua voz para impor o quão poderoso Matteo podia ser. Ele era a figura pública mais importante do mundo bruxo, afinal. Permitir aquele leve lembrete ao homem, apenas como uma brincadeira, poderia ser algo bom. — ... Então aproveite. Minha família não estará aqui pelas horas que você definiu necessárias para essa entrevista, apesar de eu achar levemente estranho você querer isso durante a noite. Enfim... — A provocação era clara. Romeo criara o jogo com as suas atitudes.

O Hughes estava apenas jogando.

— O Ministério da Magia dispõe de uma grande quantidade de setores e mini setores para organização do ambiente de trabalho. Temos uma gama de funcionários capacitados a agir conforme a necessidade, e afinal, todos nós estamos ali para cumprir com nosso trabalho, certo? Assim como você. — Sua cabeça movimentou-se para apontar para o homem, enquanto ele mesmo relaxava em sua cadeira. Ele tinha o direito, era sua residência, mas em nenhum momento resolveu reclamar da folga que o outro tomava. Deixaria que Romeo se afogasse nas próprias ações e então, julgaria se seria digno e necessário, salvá-lo daquele afogamento. — Estamos realmente buscando novos funcionários para aliviar as mãos, um pouco, dos que já estão conosco, mas em momento algum isso permitirá que demos folga. O trabalho em equipe é necessário, e os novos funcionários aprenderão isso enquanto auxiliam e são auxiliados pelos mais experientes. É a partir dessa situação que as coisas começam a melhorar, até um ponto em que a rotina se torna menos tensa.

De repente, um copo cheio de um líquido alaranjado e cheio de bolhas surgiu na mesa e logo fora pego pelo ministro. Era sua bebida favorita. Ele sorriu ao tomar um gole, sem tirar os próprios olhos das orbes azuladas do homem a sua frente, mantendo a expressão anterior de calma e controle. Nada além disso precisava ser feito para impor o respeito necessário. E caso aquilo não acontecesse, bom... Aurores estavam disponíveis a todo momento.

— Digo, a rotina do Ministério é sempre tensa. Mas enfim... Próxima pergunta? — Questionou, olhando de canto e acenando para o elfo doméstico que havia trazido a bebida até ele e desapareceu logo em seguida. — Ah, que deselegância a minha. Gostaria de beber, ou comer alguma coisa? Aproveite meu bom humor. — Uma breve risada, finalizando a frase.

Cada uma das ações dele era observada com atenção, mas de uma forma tão natural que apenas se Romeo fosse muito bom, notaria. Matteo fora treinado desde os 15 anos para agir e reagir com emoções específicas, ou apenas aquelas que ele gostaria de demonstrar. Não era a toa que Charlotte, a ex ministra,  acreditava que ele era um ator nato e que facilmente conseguia que as pessoas o ouvissem, sem realmente precisarem ser manipuladas. Matteo apenas falava, elas escutavam e concordavam. Mas talvez, naquela noite, ele tivesse um problema com o homem em sua frente.

Romeo era confiante, definitivamente. Agia como se nada fosse um verdadeiro problema ou que suas ações fossem ótimas. Havia um pouco de irritação com aquilo na cabeça do ministro, mas também existia um gosto por tamanha confiança. Ele nunca encontrara alguém que pudesse o fazer acreditar que podia decifrar a verdade. E ter uma pessoa como aquela no cargo de jornalista, mesmo que estagiário, não era uma coisa boa. Pelo menos, se ele não se esforçasse para passar exatamente o que devia, ao invés de permitir que aquele homem tirasse tudo o que quisesse dele. Havia interesse claro por parte do outro nas palavras que ele estava usando e sua expressão corporal também estava posta para o interesse. Mas ele não confiava tanto assim. Enquanto Romeo se mantinha daquela forma, Matteo ainda estava um pouco mais relaxado em sua cadeira, como se aquela entrevista não fosse um problema. Por outro lado, os questionamentos que ele dava indicavam sim coisas que o ministro se preocupava.

— Interessante você falar sobre isso, pois a minha política pessoal também se interessa. — Ele iniciou, movendo-se para a frente e deixando o copo com o seu amado refrigerante de laranja encima da mesa. A coluna curvou-se enquanto ele mantinha-se mais próximo, vendo a pena mágica girando pelo papel, iniciando a anotar o que ele falaria. — Eu como ministro realmente não tenho o controle total de todos os departamentos. Tudo, hora ou outra, acaba chegando até mim, mas impor todas as problemáticas ao meu escritório é querer dar a fadiga que você citou anteriormente. — O sorriso dessa vez era verdadeiro, seguido de uma breve risada. — Por outro lado, alguns assuntos eu me proponho a acompanhar e este é um deles. Não nego que muitas vezes descubro pensamentos sexistas por parte de alguns funcionários que são resolvidos ou com a demissão, ou com a descida para um cargo mais baixo, principalmente se eles forem chefes de departamento. Minha política é tolerância zero para isso. Quero um ambiente saudável para todo mundo e me preocupo com as mulheres do ministério. Como você mesmo disse, a média salarial das mulheres sempre foi diferente dos homens no mesmo cargo, mas eu me recuso a permitir que isso aconteça. O trabalho delas muitas vezes é superior aos do sexo oposto, porém, elas recebem o mesmo salário no Ministério. Temos uma... digamos... — Parou por alguns instantes, buscando a palavra que queria usar e escapara da língua, até relembrá-la. — Um bônus, quando alguns funcionários são destacados em suas áreas. E isso abrange todo mundo. Todos temos a mesma chance de brilhar...

Finalizou aquela frase com o mesmo sorriso verdadeiro de antes, porém de forma mais contida. Se orgulhava da forma como o Ministério estava mudando desde a sua chegada ao cargo e sempre deixara claro que corrigiria os erros do governo anterior. Ele esteve com Charlotte durante muito tempo, analisando e pensando o que poderia ser melhor. E agora tinha essa oportunidade. Seu olhar voltou-se a face do homem, analisando suas expressões após o que falara e parando brevemente em seu lábio, recentemente molhado pela água que ele solicitara - após uma estranha negação - e voltara-se para analisar o corpo inteiro dele. Soltou um suspiro ao notar aquilo e voltou-se para o que interessava naquela entrevista. As perguntas e as respostas.

Era naquilo que ele precisava focar.

Após aquela resposta, pegou novamente o copo e voltou a beber, mantendo-se na posição de antes após se afastar de Romeo.  

Touché. Ele não falhara, algo que era realmente raro mas que ele acreditava que poderia acontecer naquela noite. A expressão de Romeo indicando que ele ficara levemente perdido diante do domínio de Matteo com suas palavras e ações era algo que ele lidava com bastante frequência pois aqueles que não o conheciam, apenas pelas notícias, nunca entendiam e duvidavam das capacidades do ministro. Mas era necessário apenas algumas palavras ou uma breve conversa para que reações como a do estagiário se mostrassem presentes e internamente, alguns se arrependessem de terem aquelas primeiras concepções. Mas, Romeo era diferente.

Matteo notara aquilo. Ele tinha suas aberturas e apesar de evitar mostrar, parecia não se incomodar se alguma delas surgisse, como acontecera no primeiro momento e voltara a acontecer ali, enquanto ele fazia a primeira daquelas perguntas. Ele engoliu em seco diante do assunto um pouco delicado, fragilizando-se por apenas um segundo antes de sorrir diante do pensamento de que as seguidoras da revista buscassem saber se ele estava disponível.

— Como todos devem saber, minha esposa faleceu 16 anos atrás no parto dos meus filhos... Desde então, não consegui arranjar uma pessoa que... — Ele parou de falar brevemente para observar o sorriso que se formava na face do jovem, mas não demorando muito para recuperar o raciocínio. — Ahn... Me interesse. — Reclamou mentalmente que possibilitara que ele notasse como ficara com aquela pergunta. Não queria que ele acreditasse que havia se incomodado, mas talvez envergonhado seja a palavra certa para o momento. Ele nunca se considerara alguém atraente, mesmo que Alaska e Leonard lhe defendessem diante das poucas crises existenciais e constantemente, Safira tentar lhe empurrar algumas mulheres para cima dele, ou o contrário. Ele notou a expressão de alívio, possivelmente, que viera por parte do outro e ficara levemente curioso diante daquilo. — Então, é. Estou solteiro.

Ele esperou que houvessem mais perguntas de cunho um pouco mais 'pessoal' porque se interessara em saber se o jovem ficara interessado. Era estranho, de certa forma, porque ele não entendia o motivo exato de estar daquele jeito, mas queria dar mais alguns detalhes. Talvez, em sua cabeça as pessoas precisassem um pouco mais de informações mais profundas do ministro, mas nunca tivera oportunidade ou até mesmo muita vontade de dá-las daquela maneira. Romeo estava fazendo o contrário. E a partir daquilo, o ministro respirou fundo e tentou controlar a animação, ouvindo a pergunta direta da entrevista e respondendo.

— É comum, quando temos uma mudança de governo, que existam coisas pendentes a serem resolvidas ou problemas. Por sorte, a ex-ministra Charlotte, que descanse em paz, deixou as coisas de forma mais simples para nós. Ela ainda tinha muito a fazer e infelizmente não teve essa oportunidade, mas eu e o ministério caminhamos para conseguir que isso seja concluído e principalmente que nossas ideias também aconteçam. Acreditamos muito que somos capazes e nem o maior dos problemas pode impedir. Talvez atrasar, mas certamente não impedir e... — Parou de falar, concluindo seu pensamento um pouco indeciso se continuava já que aparentemente Romeo estava preocupado com algo acima deles. Olhou para o céu pouco antes de ouvir a reclamação do outro diante da chuva, seguido do cumprimento. Talvez algo em si ficara decepcionado também com aquela finalização e ele não soube o que falar até ser pego de surpresa pelo elogio do jovem.

Sentiu a pele esquentar ao ouvir aquilo, ficando envergonhado e baixando a cabeça um pouco diante daquelas palavras inesperadas. Era a primeira vez que permitia que o vissem daquela maneira tão exposta, mas não se importara, incrivelmente. Por outro lado, quando levantou o olhar e sorriu, sua mente já estava preparada. Ele encarou o loiro, notando de verdade o seu físico conforme ele dava espaço para que juntos, fossem até a saída.

— Está com medo da chuva, Sr. Romeo? — Brincou, caminhando um pouco na frente. As mãos indo para o bolso da calça e ali ficando. — Talvez, se for se sentir melhor com seu medo, podemos ir até o meu quarto no terceiro andar. Lá é bem silencioso e com certeza você nem perceberá que estará chovendo... — Passaram-se exatos 3 segundos até Matteo parar bruscamente e perceber o que havia falado. Novamente, ruborizou pela vergonha das palavras e do que a sua cabeça imaginara delas. — Di-digo... Não me leve a mal, não era a ideia que eu queria passar só... Não sei se você conseguiu muito material. Não estou nem um pouco incomodado com a sua presença, muito pelo contrário. Ajudou a me tirar do tédio que eu provavelmente vou entrar quando você for embora, já que estão todos fora de casa...

Ele não se virou para falar, expressando-se mesmo de costas. A vergonha do que falara ainda estava clara conforme ele gaguejava e demorava para se expressar, completamente contrário de como estava sendo anteriormente. Respirou fundo, mantendo na cabeça que aquele não era o que deveria demonstrar. Ele não conhecia Romeo, poderia ter de lidar com uma matéria de capa falando mal dele no dia seguinte, e não queria aquela dor de cabeça. Sua garganta estava seca, mas ele tentou manter a compostura.

— Claro que, se você estiver incomodado com a chuva, não lhe segurarei. Mas é... Talvez você possa escrever a página que elas queiram tanto ler de forma mais forte, ficando. — Apesar de ter retomado o controle e agora encarar o dono dos cabelos loiros e olhos azuis, ainda havia um pouco de insegurança em sua voz. Ele fechou os olhos por algum tempo, pedindo a todos os deuses que Romeo não o levasse a mal ou notasse seu nervosismo. — Ah, perdoe-me... Vou levá-lo até a porta. O prazer em conhecê-lo foi certamente meu, Sr. Croft. E com toda a certeza, sua beleza supera a minha.

Um sorriso simples voltara para a face ainda um pouco avermelhada antes dele se virar, indo fazer o que havia dito que faria. Mas, mesmo definindo aquilo, ainda esperava que Romeo lhe parasse e dissesse que poderiam continuar, caso ele quisesse. E, ele queria.

Como Ministro da Magia, reviravoltas não eram algo que ele apreciava; Eram intensas e muitas vezes incapazes de serem previstas. Mas aquela em questão estava se tornando algo interessante para ele. Certamente, uma reviravolta interessante. Ele parou de andar pouco antes de chegarem a porta, ouvindo a condição para que o outro ficasse. Um sorriso surgiu no canto de seus lábios mas rapidamente desapareceu, para que ele o respondesse.

— O que você quiser saber, será respondido. — Disse, de uma maneira séria porém numa especificação boa. Ele sentia o aperto da ansiedade em seu estômago que apenas se intensificara quando ele recebera o outro elogio e a brincadeira logo em seguida. Dessa vez, manteve o sorriso para que Romeo notasse que o estava agradando e certamente o deixando interessado no que ele buscaria perguntar. A chuva começava a cair e podia ser vista pelas paredes de vidro que a sala tinha ligadas a área externa, mas não era mais um problema para nenhum dos dois. E certamente, seria ignorada. — Bom, eu gosto de levar algumas brincadeiras a sério, e dou essa liberdade a você... — Respondeu, sentindo o tom dele mudar. Ao mesmo tempo, havia um incomodo em suas partes baixas que ele buscou esconder ao sentar-se ao lado do loiro no sofá, colocando uma das pernas encima da outra, mas mantendo-a aberta e com o braço cobrindo a região, de forma natural. Sendo uma figura pública, coisas como aquelas as vezes aconteciam em momentos inesperados portanto era bom ele saber como agir.

— Como eu disse antes, não achei ninguém que me interessasse. Não sou muito da ideia de sair me encontrando com pessoas aleatórias e me relacionar com elas. Tem que acontecer alguma coisa, sabe? — Sem querer, talvez, a entoação dele mudou para algo um pouco mais divertido, ao mesmo tempo que saía suave. O contato visual não era quebrado em nenhum momento, mas constantemente Matteo precisava parar para engolir a saliva que se acumulava em sua boca, respirando fundo a cada vez que sentia seu estômago revirar. — Não é exatamente assédio, porque as pessoas respeitam bastante minha posição, mas devo dizer que vez ou outra eu sinto algumas mãos anônimas na minha bunda. E não são só mãos femininas. — Falou aquilo com naturalidade, sem rir, mas mantendo a expressão divertida enquanto analisava as palavras que ele usava e a expressão que mantinha diante de suas respostas. Seus próprios olhos verdes guiando-se constantemente de cima a baixo, mas tentando focar-se apenas no seu rosto.

Tornara se impossível quando Romeo reclamara do calor. Sua boca se abriu levemente, mas fechou antes que o loiro notasse. Por outro lado, não se preocupou que ele visse que Matteo observava toda a nova parte exposta de seu corpo, demonstrando um pouco de desejo. Não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas não ligava. Naquele momento, ele não tinha nenhuma outra preocupação. Respirou fundo mais uma vez, tentando controlar o que estava incendiando dentro de si e fechou os olhos, tentando pensar em qualquer outra coisa para distraí-lo, mas falhando naquela tentativa. O olhar do outro era intenso e parecia emanar o mesmo que ele. Mas nunca tivera certeza naquele tipo de coisa então, havia certo receio de acreditar que o jornalista tinha o mesmo pensamento.

— Qualquer um tem chance comigo, acredito. Basta me atrair. — Ele segurou com força o "como você" que queria sair junto as suas palavras, mas não controlou a entoação que elas liberaram. Um modo de falar provocativo e convidativo, que Matteo não usava a muito tempo. Ele esperou a reação e a pergunta seguinte que o outro falara que poderia ser constrangedora, mas apenas rira com aquela ideia. Nada daquele momento estava sendo constrangedor. Era interessante. E quando a pergunta finalmente viera, ele sorrira. Um de seus braços foi para trás do sofá, apoiando se ali e ele deixou o corpo mais 'aberto', como um verdadeiro convite. A expressão mudou para algo como um desafio convidativo, diante daquele questionamento. Não eram apenas as leitoras que queriam descobrir aquilo, ele tinha a certeza.

E caso estivesse certo, o outro tinha total liberdade.

— Ninguém nunca falou nada. Nem mesmo minha ex-esposa... Mas era porque nós costumávamos manter nossas bocas ocupadas, nesse momento. E desde então, ninguém teve mais oportunidade para testar. Pelo menos, não ainda... Talvez eu precise fazer uma consulta nova. Sabe de alguém que pode me ajudar? — A primeira frase viera na intenção que ele queria, provocando e possibilitando a imaginação do outro fluir perante o 'manter as bocas ocupadas', enquanto seu questionamento lhe trazia a liberdade anterior. O modo como ele estava sentado no sofá naquele momento se tornava cada vez mais 'aberto'.

Ele não sabia bem o que estava fazendo, mas não dava a mínima. Esse era um dos raros momentos que Matteo Heikkëniastry Hughes não tinha total controle da sua situação e não se importava pois deixava que suas respostas rápidas e incontroladas e seu corpo pedindo pela presença do outro fossem suas respostas para todas as perguntas que ele fazia. Seu olhar lhe chamava, inconcientemente e quando o teve perto, não queria mais que saísse. Suas mãos envolveram a cintura de Romeo conforme seus lábios sentiam a presença dele em um beijo que não sentia a um bom tempo. O loiro estava o atiçando de forma que apenas sua falecida mulher conseguira e mesmo aquela comparação fazia surgir uma dúvida que não era importante. Seus olhos se mantinham fechados enquanto ele permitia que o outro o controlasse, sabendo exatamente o que os dois queriam enquanto os braços deslizavam pelas costas, subindo até o pescoço por debaixo de sua camisa e descendo em seguida.

O simples beijo fez com que lá embaixo, suas partes pulsassem. O homem estava conseguindo fazer com que Matteo sentisse uma sensação indescritível apenas por ter seus lábios colados de forma tão intensa e até selvagem. E quando ele o finalizou, com a mordida, Matteo abriu os olhos, permitindo que ele visse o quanto aquela ação acabara com seu psicológico. Ele estava assustado, de uma forma boa, e seu sorriso demonstrava perfeitamente aquilo.

Não achava que Romeo fosse continuar com as perguntas, mas adorou que a situação estava daquela forma. Sentia seu corpo esquentar com a troca de olhares e o tesão que começava a tomar conta de tudo em si. A pergunta que ele fizera o fez rir, balançando a cabeça enquanto brevemente ele se aproximava, sem tirar o contato visual. Algo além de si mesmo estava o movendo para aquelas ações. Parou apenas quando seu rosto estava perto do pescoço do mais jovem, fazendo com que seus lábios roçassem o lado esquerdo dele, subindo até a sua orelha e então sussurrando ali.

— Eu não tenho um gosto específico. Mas lhe direi a partir das características de alguém que me atraiu bastante. — Suas mãos se movimentaram para frente e para baixo, atacando seu corpo por debaixo da camisa que ele ainda vestia. De forma suave, elas acariciavam o peito do loiro, enquanto seus lábios começavam a distribuir uma trilha de beijos de um lado até o outro, chegando até o outro ouvido. — Ela... ou ele... precisa me dar vontade de foder. — O tom desceu o mais baixo possível para atingi-lo com a forma sexy que ele estava falando. Romeo era o primeiro a vê-lo daquela forma. — E isso já basta.

As mãos deixaram a camisa dele e pousaram por cima da almofada, enquanto ele se afastava um pouco para observar a expressão do outro. A própria se mantinha com um sorriso vitorioso, como se apreciasse o fato de suas ações terem aquele resultado.

— Ta querendo esconder alguma coisa? — Perguntou, enquanto pressionava levemente o objeto que estava no colo dele.

Matteo sempre tivera dúvidas sobre sua sexualidade.
Desde pequeno, havia certa admiração tanto por mulheres quanto por homens, mas estes últimos nunca haviam dado tanto interesse no homem quanto agora. Ele estava alucinado pelas sensações que estava sendo proporcionado a sentir e em toda sua vida, sabia que era a primeira vez que parecia tão submisso, ainda mais de forma sexual. As palavras que estavam sendo ditas tinham influência em seu corpo e ele estremecia com o modo que Romeo as ditava. Mordeu o canto do lábio inferior, segurando o riso diante da brincadeira do rapaz. Certamente ele sabia das coisas, afinal ele mesmo tinha algo como, mas o jeito que o jornalista falava o deixava ainda mais excitado.

Com a permissão inicial, ele esperou que a almofada fosse retirada, sentindo a mão dele em sua cabeça. Um sorriso malicioso manteve-se em sua própria expressão enquanto ele deslizava suas mãos pelas pernas do Croft, aproximando-as de seu membro e em seguida as dispersando, provocando-o. Mas mesmo que gostasse daquilo, não aguentava a curiosidade e a vontade que sentia e logo, apalpou o que estava ali. Mesmo por baixo de tanta roupa era fácil notar o quão duro Romeo estava, fazendo com que o ministro sentisse satisfação em saber que conseguira provocar aquilo em outro homem. Seu olhar subiu para o dele quando o riso safado surgiu e ele o acompanhou com o seu próprio, ouvindo a sugestão.

— Regra interessante... Posso lidar com ela. — Respondeu no mesmo tom, sem nem cogitar a ideia de recusar. Quando o outro levantou, Matteo se ajoelhou a sua frente, observando-o tirar a camisa. Ele queria que suas mãos explorassem o corpo do loiro, mas acatou a seu pedido, mantendo-as relutantemente para trás. Ele estava sendo provocado, claramente, já que Romeo não parecia ter pressa enquanto tirava suas roupas, sabendo que o ministro não podia nada fazer se não esperar. Ele ergueu a cabeça, aceitando os lábios do dono dos olhos azuis e virando-se para encarar o que ele estava libertando.

Ele não precisou esperar muito. Sua saliva inundou a boca dele, instantes antes do membro do jornalista fazer o mesmo. Matteo fechou os olhos, sentindo pela primeira vez aquela nova experiência de bom grado, enquanto sua língua rodeava o que estava em sua boca, molhando tudo o que conseguia alcançar. Ele retirou momentaneamente, afastando-se por não mais que dois segundos com um estalo de seus lábios, para apreciar a visão de Romeo a sua frente, exposto daquela maneira. O sorriso rápido fora retirado quando sua boca abriu-se novamente para receber seu pau, dessa vez buscando alcançar o máximo que podia. Não usar as mãos era difícil, já que ele queria sentir o membro dele pulsando não só em sua boca, mas estava firme. Sua cabeça começou um movimento de vai-e-vem, parando vez ou outra para que ele descobrisse quanto seu fôlego aguentava. Era a primeira vez que estava fazendo aquilo e por isso, muitas vezes girava a cabeça para que seu olhar pudesse contemplar as expressões do outro. Queria saber se ele estava fazendo certo para a primeira vez.

A sensação de ter um homem acariciando seu pau nunca fora pensada daquele jeito. Era melhor do que qualquer coisa em sua imaginação ver a realidade ao invés do sonho e ele queria aquilo todos os dias. Sua cabeça encostou no sofá logo após seus olhos terem a visão completa do corpo nu do homem que estava o levando a loucura naquela noite. Ele o ajudara a retirar suas próprias roupas, se arrepiando com cada toque intencional do rapaz e soltando suspiros quando ele o provocava. Observou-o se ajelhando e se preparou, soltando um gemido sem medo algum quando a boca do loiro foi de encontro ao seu pau. Seu peito ergueu-se em resposta, com a pele sentindo o toque molhado da língua dele.

Sua mão direita foi instantaneamente para a cabeça do loiro, movida pela vontade de ter mais daquilo. Ele acompanhou seus movimentos, os influenciando para que o membro fosse engolido, desaparecendo ali dentro para logo em seguida surgir tomado pela saliva. O sorriso de satisfação só deixava a expressão para dar lugar ao choque que percorria seu corpo a cada lambida de Romeo e a cada movimento de sua mão. Quando o loiro definiu que poderia parar, após alguns minutos, uma expressão rápida de tristeza apareceu. Ele queria que aquilo continuasse, que Romeo o ensinasse mais como cuidar de um pau com a sua boca. Mas a pergunta que ele fizera, produzira um novo sorriso.

Sem responder, Matteo ergueu-se de supetão do sofá, fazendo com que o outro fosse junto. Colou seus corpos nus, envolvendo seu braço no corpo do outro, enquanto uma das mãos deslizava em suas costas e a outra segurava em seu cabelo, impedindo-o de se afastar. Seu olhar provocava, instigava para deixar o dono do par de olhos azulados com ainda mais vontade, enquanto seu quadril se movimentava para frente e para trás, roçando os dois membros.

— Deixa eu dar uma molhadinha maior nisso, posso? — O pedido viera com uma voz tenra, como uma criança pedindo um doce. Ele não esperou a resposta, havia dado a pergunta apenas para diverti-lo e com velocidade girou novamente os corpos, fazendo com que Romeo caísse sentado no sofá. Subiu encima do outro, apoiando seus braços no couro que o rodeava e deixando seus rostos se encarando para então, grudar suas peles novamente. Sua boca desceu pelo pescoço dele, raspando seus lábios naquele ponto. O quadril mais uma vez trabalhou, mas de forma curvada, fazendo com que o pau de Romeo roçasse em sua bunda, lhe provocando mais arrepios e choques. Como tudo o que estava acontecendo, aquela seria a primeira vez que Matteo experimentaria com outro homem, invertendo o papel que estava acostumado a ter, mas o tesão que sentia não o fazia se importar. Ele sentia a respiração quente do outro próximo de si e apenas queria ouvir sua voz gemendo seu nome e dizendo que queria o seu corpo.

Ele desceu mais uma vez, em um rastro molhado que parou em um dos mamilos do rapaz, inunando-o com saliva enquanto uma das mãos ocupava em entreter o outro. Ele o chupava, erguendo os olhos em provocação enquanto cuidava daquilo e ia descendo cada vez mais, chegando novamente no meio das pernas, de forma a ajoelhar-se no chão com Romeo sentado em seu sofá. A sensação de estar fazendo aquilo na sala só o excitava e ele sentia o próprio membro pulsar enquanto tratava com o carinho necessário o outro. Agora que havia recebido o cuidado gostoso, sabia como fazer o mesmo e tinha as mãos, mesmo que não soubesse se deveria ou não usá-las. Ele o envolveu com a mão na base, cobrindo a cabeça do pau do outro com a boca e o chupando com vontade. Sua língua deslizava por ali, sentindo o gosto do pré-gozo do jornalista. Ele sorriu com aquilo e liberou sua boca para que se ocupasse de outra coisa.

Ele ergueu o pau de Romeo, observando o que havia ali embaixo e logo, sua face desceu para ali. Com o membro batendo em seu rosto e sua mão o masturbando, colocou as duas bolas de seu saco na boca, as molhando. Ele gostava que fizessem aquilo com ele e imaginou que o mesmo fosse acontecer com o outro. Sua língua deslizou por toda a extensão antes que ele se levantasse e a colocasse na boca do outro, deixando que ele sentisse a mistura daqueles sabores. Fora um beijo rápido, para o que aconteceria a seguir.

— Você quer foder o Ministro, Romeo? — O tom era completamente safado, tomado pelo momento. A língua passou em seus lábios que formaram-se em um sorriso mais uma vez antes de Matteo ficar de quatro no sofá, expondo seu corpo completamente. Ele o chamava com o olhar. Por dentro de sua cabeça, o assustava as reações que estava tendo diante de algo que fazia pela primeira vez, mas lidaria com as consequências depois. — Vem. Fica a vontade.

Matteo sempre ouvira que a penetração era algo doloroso e estava tentando se preparar para aquilo, o que era impossível. Primeiro, seu corpo estremeceu com o contato da língua do loiro naquele local, algo que ele não esperava. A sensação que o tomara lhe fizera soltar um longo suspiro, enquanto uma de suas mãos descia para a cabeça do rapaz, acariciando seu rosto e cabelos, a outra passeando pelo seu próprio membro. Aquela língua era incrível, definitivamente para ele, e estava proporcionando momentos que faziam seu pau pulsar e ele querer gritar o seu tesão por Romeo. Seu lábio foi mordido quando o menor parou o que estava fazendo e um leve susto seguiu-se quando ele sentiu os dedos o invadirem.

— Eu me contorço com qualquer coisa que você esteja fazendo... Que Poha. — Reclamou, sentindo o leve incomodo que seguiu por ter aquele espaço invadido daquela forma. Ao mesmo tempo, a reclamação viera pela fragiidade que o ministro da magia estava tendo perante o homem. Ele odiava se sentir exposto daquele jeito, sem a capacidade de contornar a situação para que tivesse o controle de tudo com seus sorrisos e charme, mas naquele momento ele não tinha nada daquilo. Apenas os seus gemidos e as expressões que indicavam que ele queria mais, que Romeo não parasse nunca de surpreendê-lo com tudo aquilo. — Com calma, tenha piedade dessa pessoa fragilizada.. — Ditou a brincadeira, mas com um fundo de verdade. Ele tinha certo medo de como aquilo aconteceria e sentir seu corpo avançando de encontro com o homem lhe deixou ansioso. Seus olhos se fecharam e os dentes rangeram enquanto ele esperava pelo momento da dor, firmando seus braços o máximo que podia para impedir que desequilibrasse. E quando a dor surgiu, ele quase se rendeu a ela.

Ele forçou para que sua boca se fechasse e ele não dissesse o quanto aquilo era doloroso. Algo lhe dizia que melhoraria e foi o que aconteceu. A dor se misturou ao prazer, uma coisa indescritível que ele começara a apreciar. Conforme Romeo aumentava a velocidade, seu gemido intensificava, demonstrando o quanto aquilo estava sendo prazeroso para ele. Aquela dor que ele sentia a cada estocada não podia ser realmente uma dor, era algo mais forte que lhe deixava querendo que o loiro não o largasse nunca. Ele ouviu as palavras dele, sabendo que estava sendo irônico pois o próprio homem demonstrava que aquilo estava bom. — Não para... Nem brincando. — Falou com uma voz ameaçadora, mas o gemido que soltou em seguida acabara com aquela tentativa. — Isso é muito bom.

Ele engoliu em seco quando no mesmo momento que falava aquilo, Romeo se afastou. A sensação de vazio tomou seu corpo, como uma abstinência ao novo vício. Ele soltou um gemido tristonho, mas notou o que o outro queria. Com rapidez ele se levantou, indo para frente do jornalista e sentando em seu colo, sem encaixar. Não conseguia mais segurar a vontade de beijá-lo todo momento que se encontrava capaz daquilo e aproveitou para o fazer enquanto se preparava. Uma das mãos apoiadas no sofá enquanto ele se erguia, a boca colada com a do outro e a outra mão guiando o pau dele até a sua entrada. Ele arfou durante o beijo quando sentiu ser invadido novamente, dessa vez ele mesmo definindo a velocidade que aquilo acontecia. Seu corpo estremeceu com o membro; Graças ao tamanho e a grossura, não facilitava muito que a virgindade de Matteo fosse vencida, mas ele se esforçava porque queria aquilo.

Ele apoiou os braços melhor no sofá para que não caísse, guiando seu corpo para cima e para baixo. A cabeça se erguia e os olhos fechavam-se a todo momento, vez ou outra abrindo-se para encarar a beleza do homem que estava transando com ele, ou a ação que faziam. Ele gemia sem medo, aproveitando que estavam sozinhos e que mesmo Tibbie nem ao menos se importaria com qualquer uma daquelas situações. A casa era deles, e Matteo utilizaria daquilo. Ele desceu até que todo o pau estivesse para dentro, gemendo quando sentiu algo dentro de si ser pressionado e continuando em seguida. Encarou por fim o Croft, deixando que sua expressão indicasse o que ele estava causando no ministro.

Ele ficava mais vermelho a cada elogio, mas não tinha tempo para reclamar ou responder. Sua boca abria-se apenas para gemer enquanto os olhos reviravam com todo aquele prazer. Seu membro pulsava a cada estocada, a cada movimento intenso que Romeo fazia com seu quadril e suas expressões só intensificavam aquilo. E quando gozou, seguido do outro, sentiu o corpo agradecer por tudo aquilo terminar com a ejaculação. Não aguentaria a ideia de não gozar, mesmo que fosse impossível aquilo acontecer. Olhou para seu corpo todo molhado, com a mistura dos dois semens e deu um sorriso cansado, levantando-se brevemente e curvando a coluna. A boca alcançou uma última vez o pau do outro, sentindo seu gosto e lhe dando uma profunda chupada antes dele levantar.

Só que aquela não fora exatamente uma boa ideia. Sentiu a dor por aquele movimento súbito, quase acabando por sentar novamente. Sua bunda doía pelo o que acabaram de fazer e ele arfou com aquela dor, choramingando. De qualquer forma, tentou apenas engolir em seco enquanto recobrava o equilíbrio e dava uma risada baixa.

— Tu acabou comigo, e ainda ta assim... Acho que ta gostando mesmo disso tudo. E tu me deixou todo melecado... — Falou, provocando. Com um pouco de dificuldade, se aproximou do outro que já estava em pé, colando seus corpos. Sua mão foi colocada na nuca do rapaz, enquanto seu pau que ao contrário dele havia amolecido pela intensidade da situação, começava a dar novos sinais de vida agora que estava próximo ao outro. Ele aproximou seus rostos, mas não o beijou, mantendo se ali e fazendo movimentos com a própria cintura, permitindo que a goza que havia no lugar se espalhasse também no corpo do loiro. O sorriso travesso em sua face demonstrando que fora proposital, enquanto ele fingia surpresa. — Poxa, parece que você ta meio sujo também... Não pode ir embora desse jeito. Seria bom um banho, né?

E antes que ouvisse a resposta, ou que ele concordasse ou não, virou-se de costas para ele, caminhando em direção a escada. Sua bunda balançava de forma provocativa, mesmo que ele ainda estivesse sentindo o incomodo. Estava sendo divertido provocar, e ele queria que Romeo o seguisse. Seguiu para o terceiro andar, sabendo que o loiro estaria logo atrás de si, sentindo o friozinho por estar andando pelado na casa. Nunca experimentara aquilo, visto que ela estava sempre cheia, mas quando tivesse a oportunidade novamente, faria aquilo. E se o loiro estivesse junto, seria melhor ainda.

Quando chegou ao seu quarto, abriu a porta e se encaminhou ao banheiro da suíte. Manteve-a aberta enquanto guiava seu corpo até o chuveiro dentro da banheira, adentrando lá e abrindo o registro. A água quente começou a cair em seu corpo, e ele se exibia enquanto as mãos deslizavam, limpando-se para quem quisesse ver. Ou melhor, para o homem que estava com ele.

Ele adorava banhos.
Sua mente relaxava enquanto a água escorria em seu corpo e lavava não só aquilo que estava impregnado em sua pele, mas também em sua cabeça. Era quando a mente descansava do dia e dos problemas e ele podia apenas abaixar a cabeça para que a água molhasse seu cabelo e ficasse ali de pé, ou sentado na banheira. Não havia sensação melhor do que aquela, segundo suas concepções, mas então ele descobriu o que era tomar banho com outra pessoa. Uma pessoa que o atraía.

Sentiu as mãos de Romeo em suas costas logo após o seu pedido, sendo ensaboado e tocado. Era ainda melhor ter alguém com quem compartilhar aquele momento, mesmo que de maneira tão superficial. Enquanto o homem cuidava de seu corpo, sua cabeça começava a se importar com tudo o que estava acontecendo. Banhos também eram ótimos para Matteo refletir sobre suas ações tanto como pessoa comum quanto como figura pública e naquele instante ele se perguntava o que estava fazendo. Os braços se esticaram para que ele se equilibrasse melhor, não respondendo a pergunta do loiro sobre. Ele acabara de transar com um completo desconhecido, em sua casa, enquanto toda a sua família estava longe. Como olharia para os outros enquanto escondia aquele novo segredo? Ou pior, e se o jornalista fosse apenas uma armadilha para retirar dele tudo o que pudesse para destruir sua imagem?

Pensar naquilo começou a lhe incomodar de forma séria e por alguns momentos, Matteo ignorou as tentativas de Romeo de provocá-lo enquanto tentava imaginar como resolveria aquilo, mas então sentiu o puxão e acabou virando-se para encarar o dono dos olhos azuis. Ele engoliu em seco, deixando por alguns instantes que o medo o dominasse diante daquelas ideias de que poderia ter sido usado. Fazia anos que ele não sentia o que sentira naquela noite e o que lhe deixava mais assustado era que as sensações eram ainda maiores, e proporcionadas por um homem. Porém, enquanto abaixava a cabeça ele mais uma vez tivera a visão do corpo exposto do homem que transformara aquela noite em algo memorável em sua vida. Ele observou o pau completamente ereto de Romeo e sentiu o próprio pulsar, permitindo que o mesmo o incomodasse com a dor de já ter gozado e ainda estar daquele jeito. Sua cabeça começou a criar argumentos contra o que ele estava pensando, definindo que ele não podia ficar com aquelas ideias e por fim, ele se decidiu. Todo o silêncio que ele se mantivera, quebrado.

— Foda-se tudo. — Falou em voz alta, mesmo que fosse um pensamento interno e então usou suas mãos para prensar o homem na parede enquanto se beijavam. Sentia as mãos dele em si e usava as próprias para impedir que ele fugisse. Sabia que até o momento que fosse embora, aproveitaria daquele homem. Propositalmente, pressionou seus quadris, fazendo com que sua pele estimulasse Romeo e a si ao mesmo tempo. Ele parou o beijo para puxar o outro para a direção oposta, rumo ao chuveiro ligado e fazendo com que os dois ficassem grudados enquanto a água caía neles. — Eu não sei o que você ta fazendo comigo, e definitivamente não quero pensar nisso. Só sei que eu quero você.

E novamente, o beijou como se não fosse ter outra oportunidade, e provavelmente não teria. Um beijo intenso, travando a batalha com a outra língua pela dominância e o tesão pelo sexo sendo demonstrado. Suas mãos começaram a percorrer de cima a baixo o corpo do outro, deslizando dos braços até a sua cintura e então uma segurando em seu pau. As bocas se soltaram para que ele conseguisse encontrar o pescoço, dando-lhe um chupão ali. Voltou para cima logo em seguida, falando no ouvido dele, logo após mordiscar com leveza sua orelha. — Fode comigo.

Seu corpo era traidor, permitindo tão facilmente que as sensações provocassem arrepios e gemidos. Sua testa foi de encontro com a parede, apoiando as mãos e a cabeça ali para que não acabasse desabando - ou derretendo - perante o calor que não lhe deixava nem por um segundo. O toque das mãos e da intimidade de Romeo eram os causadores daquele misto de emoções que socavam sua mente e deixavam mais difícil a tarefa de tentar resistir a vontade de dizer alto e claro o quanto o queria dentro de si. Ele já falara, mas parecia que o homem gostava de provocá-lo com aquilo, impondo o desejo de ouvir. Mas não seria tão fácil. Ou, ele achava que não seria.

A provocação do loiro fazia efeito e isso era claro, com cada vez que ele retirava seu pau de dentro da bunda de Matteo sendo um motivo para ele arfar em decepção. Seus dentes rangiam e seus olhos tentavam fechar além do que era permitido, apertando a vista diante da dor que mais uma vez surgia a cada estocada. Ele não estava acostumado, mas já conhecia o que aconteceria e não demorou para que aquela mesma dor se tornasse o maior prazer de sua vida. Sentia o quadril do outro indo de encontro ao seu corpo com velocidade e a vontade do outro com aquilo se mostrava conforme ele mesmo ouvia os sons produzidos, junto a mordida em seu ombro que lhe passou adrenalina. Ele movimentou a própria cintura, rebolando diante do que o invadia e erguendo o quadril, começando o próprio movimento de vai e vem que se tornava o contrário do de Romeo, possibilitando que esse metesse com ainda mais força enquanto se equilibrava com a mão forte segurando o corpo do maior.

— Que ca- — Estava prestes a xingar pela dor e o prazer que estava sentindo quando sentiu seu próprio membro pulsar diante daquilo. Sua respiração começou a ficar descompassada, arfando por ambas as sensações. Ele não tocara em si, sabendo que se parasse de se apoiar na parede ambos caíriam na banheira e não seria um bom acontecimento, mas a necessidade estava o deixando louco. Mesmo assim, não a deixou tomar controle de suas ações, baixando a cabeça para encarar o próprio corpo molhado e então se surpreendendo consigo mesmo quando o pau jorrou sua goza na parede. Ele engolira em seco, com a certeza que Romeo estava o deixando tão louco de tesão que o fizera gozar a segunda vez sem encostar no próprio pau. Seus olhos se fecharam logo em seguida, aproveitando a sensação de ter aquilo se movimentando dentro de si.

Ele deu risada observando a preocupação do outro perante as suas roupas, apesar dele mesmo se questionar igualmente como que Romeo iria para casa sem nada para vestir. Se a aparatação falhasse, ele poderia estar pelado em algum lugar aleatório e correndo riscos sérios de alguém querer aquele corpo como ele o tivera naquela noite. E ainda chovia, como ele ouvia e podia observar pela grande janela que havia no quarto. Seu corpo fora guiado até a gaveta no banheiro onde haviam toalhas limpas e ele pegou uma para si, secando-se mas não fazendo como o loiro, deixando a toalha no ombro e mantendo-se nu enquanto ouvia ele falar.

— Aeryn tem o costume de sair jogando roupas sujas pela casa... Tibbie as pega e coloca para lavar. Acho que ele percebeu que havíamos saído da sala e aproveitou, peço desculpas por isso. — Novamente, a pose de ministro começava a tomar forma, mas era apenas pela educação e a gentileza em sua voz que aquilo era fundado. O sorriso movera-se para o canto de seus lábios enquanto ele se aproximava, fazendo uma careta pela dor repentina que o tomara e ficando frente ao homem. — Você acabou comigo mesmo, hein. — Segurou na barra do tecido que o envolvia, mas não o puxou, mantendo-se apenas ali enquanto seus olhos focavam-se na vermelhidão da face de Romeo. — Eu não acho que seja muito bom você querer sair assim, essa hora e sem roupas... — A expressão tomara uma seriedade repentina, mostrando também preocupação quanto ao que poderia acontecer se assim ele desejasse. — Mas, caso você realmente queira ir, não posso te manter, como eu falei um pouco mais cedo. — Dessa vez o riso escapou de seus lábios, já que a última vez que Matteo pedira para que o loiro ficasse, havia acontecido tudo aquilo. — Eu te empresto algumas roupas, acho que posso encontrar algo que vá servir pra você pelo menos não demonstrar essa beleza toda até chegar em casa.

E falando aquilo, puxou a toalha sem muita força, apenas para brincar, esperando a resposta dele.