[RP Fechada] Ascendio your Wand

Matteo passou seus dedos na barriga do animal, sorridente enquanto ouvia seu ronronar. Estava maravilhado com aquela espécie, um presente que sua prima Safira havia lhe dado na festa de retorno de Isac. Com a outra mão, segurava a mamadeira cheia de leite que fizera para o pequeno Snow se alimentar, a partir das ideias descritas em um livro trouxa sobre felinos que ele encontrara. O leão branco, uma rara mutação do Leão Sul-Africano, apreciava todo aquele cuidado e com toda a certeza, cresceria com a educação e saúde que o ministro previa.

— Pronto, pequeno. Agora, vá correr por aí. Você precisa se acostumar com a pradaria. — Murmurou quando o filhote terminou de beber o leite e arrotou, demonstrando satisfação. No início, Matteo se preocupara em deixá-lo sozinho, visto que mamíferos como ele viviam com os pais até a maturidade, e até mesmo, no caso do Leão - Um felino particular, diferente dos demais - formavam grandes alcateias para caça e sobrevivência. Tinha planos para buscar mais alguns espécies para que não ficasse sozinho, mas até então, Snow parecia se adaptar rapidamente. Assim que se sentiu pronto, avançou na grama alta, seguindo para o ponto um pouco mais afastado, onde definira ser sua 'casa' em meio ao capim. Um sorriso surgiu no rosto do Hughes enquanto ele se levantava, pegando tudo o que trouxera para alimentar os animais naquela manhã e marcando em sua lista que havia cuidado de todos. Aurum fora o primeiro e naquele instante, provavelmente, já estava de volta às montanhas, dormindo; Talon ainda voava próximo, dando seus longos e agudos piados enquanto patrulhava a reserva, e a pequena Ahklys pastava tranquilamente por ali mesmo. Nenhum dos outros animais era capaz de vê-la, afinal.

— Senhor Matteo?

Ele se virou, vendo a figura de Tibbie. Sorriu para o elfo, o cumprimentando.

— Bom dia, Tibbie.
— Bom dia. O seu amigo, o Senhor Lars, já está lhe esperando, como você solicitou para avisá-lo. Precisa de alguma coisa por aqui? — O elfo adorava ajudar Matteo nos cuidados da reserva. Constantemente, as magias dele ajudavam no controle do clima em determinadas regiões.
— Ah sim, obrigado por perguntar. Provavelmente eu demorarei um pouco para voltar aqui, então você pode providenciar que o almoço do Aurum esteja pronto no horário? Também gostaria de espalhar algumas frutas para Ahklys e manter o Snow ocupado, provavelmente com aquele brinquedo que eu te mostrei. Se não for atrapalhar a sua rotina, meu amigo.
— Não há problema nenhum. Farei com que tudo esteja feito. — O elfo respondeu com animação. Matteo o adorava e tinha extremo respeito e admiração por ele. — Sugiro que se apresse, senhor. A senhorita Safira também encontrou seu amigo, e ela parece animada demais.


Ele atravessou a porta, fechando-a em seguida e deixando a reserva para trás. Não se preocupou com a roupa que vestia, julgando que o mesmo vestuário leve que usava para o trato dos animais poderia ser útil para a atividade que ele convidara Lars para praticar. A costas de sua camisa estavam cheias de pequenos pedaços de folhas secas e o shorts cinza se tornava marrom na parte de trás, já que ele se sentara despreocupadamente no solo arenoso. Nada que Matteo estaria interessado em corrigir, já que sua única preoupação era entender o porque de Safira, segundo o elfo, estar atacando seu amigo.

A gritaria rapidamente o guiou para onde os dois estavam e o ministro observou a prima abraçando o professor. Aquilo trouxe-lhe dúvida; Os dois já se conheciam? Julgando as palavras que Safi entoava em alto tom, aparentemente sim.

— Ahn... Safi? — Chamou a mais nova, não se importando com o modo que o fizera. O fato de estar na própria casa deu crédito para que ele tratasse a prima com a intimidade que tinham, não se importando com a presença do externo. — Acredito que você pode machuca-lo se continuar o abraçando dessa maneira. E não sei se Lars vai querer voltar, se isso acontecer. — Um sorriso surgiu em seu rosto enquanto ele se aproximava dos dois. Ele não via o homem a algum tempo, e tê-lo ali era uma honra para ele. Automaticamente, suas lembranças se voltaram aos anos anteriores, quando ele e o melhor amigo estudavam juntos.

Definitivamente, mesmo com tantos anos passando e a situação não sendo a melhor em sua vida, Lars não mudara. E Matteo estava completamente acostumado com o jeito do amigo. Como a maioria dos homens, parecia haver 'receio' diante da demonstração de carinho, mas o ministro entendia como que aquele tipo de coisa funcionava. A amizade deles se fortalecia com as brincadeiras e as risadas, não era necessário outro tipo de demonstração de afeto. Ele sorriu, respondendo aos cumprimentos e as palavras de sua prima, observando enquanto Mikhail se afastava, falando.

— Desse jeito parece que a Safira é minha esposa. É apenas minha prima, que é mais irmã mais nova do que tudo. E é... Aqui é incrível. É bem mais cheio do que você pensa. — Lembrou-se do grande tamanho de sua família e deu uma risada baixa, concordando com Safira, enquanto caminhava pelo gramado tranquilamente. — Talvez depois disso eu deixe tu relaxar na piscina e dar uma descansada, já que tenho certeza que não costuma fazer isso, mas por agora...

Sacou sua varinha, levantando a camisa e retirando-a do lado da cintura, onde sempre deixava. Apontou para o amigo, com o comum sorriso travesso. Desde pequenos eles faziam aquilo, e Matteo sempre começava do mesmo jeito, porque adorava.

— Collare Corpus! — Seu maior sonho era que um dia, conseguisse pegar o amigo desprevenido antes de ser capaz de se defender. Aquele era seu feitiço favorito, e ele não seria ele mesmo se não iniciasse aquele duelo e treino, o utilizando.

 Quando era menor, Matteo passou por um momento em sua vida em que nada funcionava. Pouco depois da morte da sua mãe, nada do que fazia funcionava. Nenhum feitiço, nenhuma mágica, nada que ele tentava fazer com a sua varinha era possibilitado e fora a partir daquilo que aprendera que o psicológico de um bruxo poderia ser o maior dos seus inimigos, ou o melhor dos seus aliados. Tudo poderia abandoná-lo, menos a sua própria cabeça. Pelo menos, enquanto ele estivesse vivo.

— Commor Virga. — Sua voz tornou-se centrada e a expressão desapareceu do rosto. Não que ele estivesse sério, ou qualquer outro sentimento assim relacionado. Ele só estava focado em sua mente, deixando-se que o pensamento lógico o guiasse para que as coisas funcionassem do jeito que ele queria e que aquele duelo terminasse com o Hughes sendo vencedor. Lars o havia treinado para aquilo, mesmo que inconscientemente. E quando a mente estava conectada de verdade com o resto do corpo e principalmente com a varinha, ela se tornava uma extensão poderosa de si. O Cedro atuando junto ao núcleo e criando uma arma poderosa, e uma amiga leal. O Expelliarmus fora parado pelo seu feitiço utilizado e então, Matteo parou por alguns segundos.

Aquele era um treinamento de verdade. Pelo menos, ele não estava levando como brincadeira, e não queria dizer também que Lars, ou Safira, fizessem aquilo. Ele só precisava que a sua própria cabeça considerasse como uma situação séria, e assim ele conseguiu. Foram necessários anos para que ele aprofundasse aquela capacidade e hoje, fosse capaz de fazê-la.

Ele não pensou em absolutamente nada relacionado a aquilo. Era o que se tornara capaz de fazer, quando concentrado. A mente estava ali para ser sua aliada e consequentemente, não poderia permitir que ela o tornasse um alvo. Quando seus estudos, a muito tempo, lhe fizeram descobrir sobre os Legilimentes e os Oclumentes, decidiu que mesmo que não tivesse aquelas habilidades, estudaria para impedir que atuassem em sua cabeça. Matt era um falso Oclumente, depois de todos os dias, com a chama que havia sido criada por Lars em seus treinamentos, passara a treinar a capacidade de não pensar no feitiço que usaria, apenas acreditando e confiando que sua varinha, sua inteligência e perspicácia, e claro, o seu poder e suas emoções, fornecessem o que seria necessário.

E então, ele sorriu no instante seguinte que as palavras simplesmente saíram.

— Alarte Ascendarare!